De Palavras e Sonhos

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Quando tudo era apenas memória

Hoje, e novamente, acordei abruptamente – O desespero não sente por ninguém.

Com o corpo demasiado pesado para correr mais, os meus sonhos perdem vontade e os meus pesadelos aproximam-se cada vez mais.
Estou com medo do que vem ai.
O sol por cima de mim está moribundo. E a sua luz, fraquejante, abre caminho para uma nova realidade, onde o ódio e o vazio derrotam a vida.
O tempo passa e os pesadelos aproximam-se…eu sinto-os, eu ouço-os – e não tenho onde me esconder.
Já nem consigo olhar para trás. A pressão na minha espinha é tanta que sinto que se olhar para o que vem ai, ela estala de vez.
Está na altura de pedir desculpa. E se conseguir honestamente arrepender-me, talvez…talvez…

Respiro fundo e decido enfrentar o que se aproxima, quer pelo passado, quer pelo futuro – porque na verdade, o meu futuro partilha a meias a sua existência com o meu passado e com o que decido agora.
Naquele segundo, onde o tempo cessou, senti as suas garras a dilacerarem-me o corpo e perfurando-me a alma. Foi nesse momento que vi o que foi, e é, uma alma.
“Está na altura de escolher.” – O meu último pensamento.

Hoje, foi a luz do sol que, aquecendo-me o rosto e abrindo-me os olhos devagarinho, me acordou. Sentia-me…feliz – o meu novo sentimento.
Agradeço por respirar um novo dia, um novo começo.
Hoje sim, estou pronto.
Délio Melo quarta-feira, dezembro 07, 2005

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