De Palavras e Sonhos

quinta-feira, junho 22, 2006

O meu sonho

Eu amo-te há tanto tempo...talvez desde que comecei a sonhar.
Enquanto crescia fui conseguindo ver melhor o teu rosto - às vezes parecias-me outras pessoas, mas logo descobria que não eras tu.
Eu amo-te tanto... tu és o meu sonho!
Podes...ficar comigo para sempre?
Délio Melo quinta-feira, junho 22, 2006 | 0 comments |

quinta-feira, junho 15, 2006

em dois

Num sítio deserto, no meio da sua história, falavam...
Tudo era branco e por cima deles brilhava o sol.

Frente a frente apenas um falava.
De sua boca vinham palvras de tristeza, mágoa, incerteza e insegurança – não ódio puro. Palavras fortes que fizeram o outro tombar para trás.
O sol acompanhava a sua queda (lenta), tocando em todo o corpo aquecendo o seu coração quebrado por uma traição.
Antes de tocar no chão, já o seu corpo tinha desaparecido totalmente na luz, deixando no ar partículas de um sorriso.

O outro que ficou virou-se de costas e à sua frente começava a crescer uma sombra, até que o mundo se dividiu em dois. Procurava encontrar na penumbra algum reconforto ou sedativo para a dor que lhe nascia no peito depois do que tinha feito e porque o seu acto repetia-se vezes sem conta na sua mente – não deixando espaço para mais nenhum pensamento que fosse.
O sol, que estava agora por detrás dele queimava-lhe as costas, as pernas e a cabeça.
Não sabia qual das dores deveria aguentar: o corpo a arder, ou a mágoa no coração.
Faltava-lhe a coragem para se voltar para trás. Tinha medo de arder de vez. Mas sabia que se desse um só passo em frente algo tão meu lhe podia acontecer.

Levantando o pé direito olhou para trás pela última vez. E ao olhar para trás viu os contornos de dois rostos: um que chorava e outro que sorria.
Decidiu... talvez por causa das lágrimas que já não conseguia guardar nos seus olhos, também sorriu.
Délio Melo quinta-feira, junho 15, 2006 | 0 comments |

quinta-feira, junho 01, 2006

Ilusão

São 4 horas da tarde.
É Verão. Estou sozinho e o calor é a minha companhia.
Os meus olhos fecharam assim que o resto do corpo adormeceu debaixo da luz desta estação.
Sei que lá em baixo as pessoas passeiam a pé, de carro...mas cá em cima só estou eu. Como daquela vez que quis estar só eu...consegui!
Não há horas a passar, não há preocupações na minha cabeça. Só um sentimento que me corre pelo corpo inteiro.

Não tenho fome, nem tenho sede.
Tapado pela varanda no exterior da minha casa, deixo-me ao sabor do vento e esqueço de tudo e mais alguma coisa.
Não sinto a falta de nada; sinto-me parte de tudo.

Deixem-me estar aqui um bocado. Não me toquem. Não me acordem.

(Iludo-me...eu sei.)
Délio Melo quinta-feira, junho 01, 2006 | 1 comments |