De Palavras e Sonhos

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Onde antigamente vivia uma criança

Não são muitas as coisas de que sinto saudade ao olhar para a minha infâcia. Não são as pessoas ou a rua e os prédios. Até que só sinto saudade de uma coisa, uma simples coisa: a felicidade de ser criança, a inocência fechada no imediato do momento, onde só se abre para o Bem.
Era tudo o que eu queria de volta, nem que fosse apenas para senti-la uma última vez. Só para saber que algo assim ainda existe para além da minha memória.

Mas eu cresci e agora o mundo faz parte de mim...e eu não o quero mais.
Não mais há sorrisos ou olhares felizes na cara das pessoas. Apenas consigo encontrar indiferença e insensibilidade onde antigamente vivia uma criança.

Magoa-me tanto não conseguir viver no mundo que sonhei e ainda sonho para mim e para eles. Por que é que as coisas têm que ser assim? Como é que as pessoas admitiram vender amor e felicidade por...Nada...como?
Eu tento esquecer isto à força; o meu dia-a-dia faz-me esquecer isto, mas quando não lhe consigo fugir mais é doloroso ter que presenciar algo que deveria estar tão cheio de vida, mas em vez disso tão moribundo. E depois tenho que aguentar. E peço à minha consciência para desaparecer e à minha existência para parar de Ser enquanto o meu mundo estiver suspenso.

Às vezes pergunto-me se um dia também desistirei de mim. Se eu serei o próximo...e receio.
Eu não quero ser assim, tenho medo de me tornar em algo que preferia nunca ter visto.
È guerras, mortes, abortos, homosexualidade, ódios, violência, medo, inveja, individualismo e relativismo...é...

Tenho medo de um dia não acordar mais para um dia como o de ontem.


Parem.... por favor.
Délio Melo quarta-feira, janeiro 31, 2007 | 3 comments |

terça-feira, janeiro 16, 2007

Cada vez pior

Eu sinto-me triste e não sei por quê.
Fui eu que esperei demais do tanto que iria ter à minha frente? Só me sinto sem forças e sem vontade de pensar se sim ou não.
Não estou a imaginar coisas porque sinto esta dor na barriga, o peito a comprimir junto com o coração e os olhos quase a chorar. E por mais que eu tente, há pensamentos da minha miséria que não consigo evitar e me põe cada vez pior.
Até o suspirar já me altera o estado de espírito – é o pensamento constante da minha dor que…
A dor está cada vez maior…
Será que aquilo que me magoou ainda me causa dor ou será que tudo o que ainda me passa pela cabeça e pelo coração é inventado por mim?

Eu não me quero continuar a sentir infeliz; não acordo todos os dias para me sentir mal. Garantidamente que não é para isto…
Então onde é que estão todas as aquelas coisas que há minutos atrás me enchiam? Gostava de saber porque já não me dizem o mesmo.

Secalhar fui mesmo eu que inventei esta dor.
Sei que não posso evitar ficar triste, só me posso esforçar por não continuar a afundar-me nela…um dia destes arrisco-me a já não ter como sair.
Délio Melo terça-feira, janeiro 16, 2007 | 3 comments |

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Bem vindo!

Bem vindo ao universo!
É o teu primeiro momento...sente a vida a entrar-te directamente para o corpo, activando acordando mente e espírito.
Sente o mundo à tua volta: todas os corações a bater, todos os pensamentos e sentimentos que o tempo guardou para te ensinar nesta vida.
Vive por entre estas vidas todas, por entre todas as memórias que se acumularam e ocupa o teu próprio lugar; vive para ti e para os outros e para Deus.

À medida que sentes o teu lugar, goza e larga-te no doce calor do dia, mas protege-te e agazalha-te no gelado frio da noite.

Imbui-te do prazer de viver...sente-o, porque és.

Délio Melo segunda-feira, janeiro 08, 2007 | 1 comments |