De Palavras e Sonhos

O meu coração está acelerado há horas, para lá dos minutos de espera, para lá da ansiedade do encontro e para lá dos momentos onde sorria sozinha só de pensar em como seria.
Eu não imaginava que pudesse haver sentimento tão forte... não sei se algum dia imaginei que fosse assim tão bonito, tão...perfeito!

Durante o tempo em que guardei isto só para mim, tinha tanto medo que não me quisesses...tudo o que eu queria era ver a tua cara, olhar-te nos olhos e sentir que eras só meu - isto é tão lamechas, que até me faz sorrir.
Mas quando nos apercebemos de que já estávamos a sorrir há um bocado isso só pode ser bom sinal!
Aliás, foi assim que tudo começou para mim: a torto e a direito sorria só de pensar em ti, em conversas e olhares - em desejos e sonhos.
Quando reparei já me tinha apaixonado e foi ai que comecei a ficar com medo. Estranho com algo tão bom pode trazer um sentimento como o medo. Decidi por então, um fim a este tremer do coração, a estas noites que se tornaram longas a partir daquele dia, e falei contigo.

O meu coração começou a bater ainda mais depressa. Tinhas chegado.
Até a voz me falhou na primeira palavra que te dirigi... e logo no nosso primeiro encontro - só espero que não tenhas notado!
Com as nossas mão dadas, já imagino como o será no primeiro beijo. Só de pensar até engulo em seco a vergonha!

Por mais que eu escreva...ainda que conte a todas as pessoas que conheço e não conheço...
Já é quase meia-noite e eu não consigo tirar isto de dentro de mim: a única coisa que eu sempre quis é a única que não ter.
Eu só quis amar. Tudo o que sempre quis foi ter alguém, viver também fora de mim. E eu troquei isso por outro amor.
Se estivesses aqui compreenderias porque estou a lacrimegar a alma...
Troquei tudo por tudo. E embora parte de mim ainda necessite e queira isso de volta, não quero quebrar a promessa, e mesmo que quisesse, não teria coragem para quebrá-la com quem me deu – e continua a dar - o que pedi, com quem sempre esteve do meu lado.

Há alturas em que não dá para me lembrar disto; há alturas em que não sei como vai ser daqui a dez, vinte ou trinta anos, e é ai que me lembro, como agora, que vai tudo correr bem – ainda que com isso venha a ideia de que apesar de haver uma hipótese num milhão, foste de vez.