De Palavras e Sonhos

Todos os dias acordo desejando algo diferente, que este mundo dê aquela volta para que tudo começe de novo.
A manhã ainda agora começou o ódio já me enche outra vez. Eu não fui feito para odiar. Porque é que insistem em complicar-me a vida? Porque é que não percebem a minha mundividência?

Durante os dias eu tenho aqueles momentos onde parece que sinto a pressão toda de uma descarga só.
Porque é que as pessoas me chateiam para eu me preocupar com os outros e para fazer o que me dizem?
Eu quero estar sozinho. É pedir muito?
Se eu não estou para me sentir solidário, bonzinho e preocupado, isso é comigo.
No meu mundo era apenas eu e ninguém me chateava para fazer ou ser algo.
Ide-vos! Ninguém vos pediu para se preocuparam comigo, não preciso de nada nem de ninguém. É por vossa causa que não tenho o que quero, nem sou como gostaria de ser.

...amor?! Fogo! Já disse que não me interessa.


...não depois de tudo.

Neste pequeno mundo imensamente monocromático e complicado, pessoas humilhadas e ressentidas esquecem-se da sua dor que fez o seu passado, presente e futuro, e sem pensarem uma única vez repetem o mal que sofreram e repudiaram, espalhando-o cada vez mais; pacifistas “marcham” pela paz incitando apenas à violência e intolerância – “a bem ou a mal vou mudar o mundo”
Ricos que se esqueçem de como era não ter nem poder, o que era fome e sede (o seu sonho revisto em todas as caras à sua volta).
Atormentados que se deixam cair e afundar na ignorância, ódio e sofrimento. O único mundo que conheceram e querem dar a conhecer.
Apologistas de paz e amor entre os homens - e não Homens - quando tudo se passa lá ao longe “bem longe de mim”.
Promessas de amor traídas.
Vivos que defendem a morte?
Um filho que esqueçe do Pai...

Porquê? Até quando?

Para quem? É mesmo isto que queres?