De Palavras e Sonhos

quinta-feira, março 22, 2007

Oxigénio

Não sei exactamente onde estou, mas é sossegado – e era tudo o que eu precisava neste momento.

Não há tristezas, não há ódios..nada mesmo que me faça infeliz. É uma paisagem bela demais para ser quebrada por qualquer falha ou lágrima que a faça esborratar as suas cores.
É um pequeno lago com terra e árvores a terminá-lo...e eu no meio.
Deitado num pequeno barco, com o sol mesmo lá em cima a aquecer-me o corpo, em paz, descanso e deixo cair uma mão na água criando nela pequenas ondulações.

Este vento quente, esta briza maternal, traz-me uma doce melodia para os meus há muito carentes ouvidos. Palavras que eu sempre busquei em mim e nos outros dia após dia... porque é que elas me aparecem aqui? Quem as disse? Foste Tu?

Obrigado. Eu estava a precisar de sossegar nem que fosse por um instante.
Nunca consegui perceber como é que eu tomei este rumo. Falta de entendimento da minha parte?
Eu sozinho já não consigo. Há muito anos, até, que deixei de conseguir suster-me por mim próprio. Quando o meu espírito acordou tive noção do que realmente me estava e iria faltar. Falhei foi em procurar alimento na árvore certa, não foi? Nem todas as árvores dão fruto...

Agora que estou aqui, deixa-me levar algo daqui para não me esquecer de Ti. Não quero a água ou a terra, com o tempo tudo isto se vai: evapora-se ou erói. Vou levar um pouco do sol para me iluminar os olhos e um pouco do fruto da Tua árvore.

A minha vida sem Ti acabou por ser vazia e efémera.
Délio Melo quinta-feira, março 22, 2007

2 Comments:

Li e leio sem a ousadia de imaginar os contornos desse "Ti". Afinal, mais do que descrevê-lo, importa perceber [quanto possível] a dimensão imensa que tomou. :)
olá

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todos os dias falamos de um filme diferente

a poesia oferece-nos as palavras certas para retratar os sentimentod da forma mais perfeita, como muitas vezes a imagem nascida no cinema nos oferece um poema visual.
um abraço cinéfilo
paula e rui lima

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