De Palavras e Sonhos

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Três céus - Fim

Fim:


Passaram-se quatro anos desde aquele Verão.


Todos os Verões penso nela. Deve ser por isso que todos os anos alugo novamente este andar. E não sou o único: a Sara também vem todos os anos, assim como a Tiaga. Estranho como sempre que passo por casa dela lembro-me da Joana.Depois dela se ter ido embora ainda consegui a morada dela e começamo-nos a escrever… mas nem isso durou muito. Com o passar do tempo as cartas vinham com um intervalo de tempo cada vez maior, até que nos deixamos de escrever vão já dois anos.Às vezes pergunto-me para onde foi tudo o que sentia por ela e se realmente gostei tanto dela quanto me lembro. É complicado… às vezes penso uma coisa, outras vezes penso outra… a verdade é que sinto falta dela. E no funfo, no fundo, tenho que admitir que há uma reacção em mim sempre que penso nela.

Hoje recebi um telefonema inesperado pela manhã. A Tiaga disse que queria falar comigo ainda hoje. Não disse o que era, apenas para estar na entrada da praia lá pelas 6:30, que me queria mostrar uma coisa. E antes que pudesse dizer sequer um “olá”, ela desligou o telefone.Quase que não falávamos direito e de repente telefona-me? Enfim.

Apesar de serem 6:30 ainda o calor ainda estava bem “presente”.Sentei-me em cima de um banco de pedra e fiquei à espera. Passaram-se dez, quinze minutos e nada dela. “A rapariga deve-se ter esquecido das horas.” – Murmurava.Enquanto ela ficava de aparecer, pude ver o sol a cair por detrás de uma colina.
Era de facto uma “imagem” linda com aquele doce calor, um vento suave e o resto das conversas que sobravam das pessoas que iam deixando a praia. De repente ouvi uma voz que me parecia chamar. Virei-me para o lado esquerdo... era a Tiaga.“Desculpa ter demorado tanto tempo mas estava difícil convencer uma certa pessoa a vir.” Depois de dizer isso calou-se e olhou-me por cima do ombro esboçando um sorriso.“Alguém a vir?” – pensei. O que é que ela quis dizer com aquilo? Mas aquele olhar dela... Virei-me depressa e vi-a…
O meu coração disparou mal o meu olhar a encontrou. Coberta pelo vermelho e laranja do pôr-do-sol, como da primeira vez em que me senti a apaixonar, lá estava ela: O cabelo, mais longo, preso por uma bandelete, roçava-lhe nos ombros para cá e para lá com o vento, assim como a bela saia que usava balanceava com o vento. Ao olhar para ela reparei como o tempo a tinha posto ainda mais bela do que já era. E com as mãos dadas atrás das costas sorria para mim.
Em apenas um segundo, quatro anos desapareceram sem deixar rasto e eu sorria como se ela nunca tivesse ido embora, como se nunca me tivesse deixado naquela manhã!

“Joana…”.

Délio Melo segunda-feira, dezembro 24, 2007

1 Comments:

A história é bonita. Mas um pouco grande...xD Isso é que é imaginação...ou foi uma experiencia tua?
Há momentos que são inesqueciveis... ^^

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