De Palavras e Sonhos

sábado, dezembro 08, 2007

Três céus - I

Ele:

Devo ter chegado eram para ai quê... 10:30? Era cedo mas já com o calor a fazer-se sentir. Também não era para menos...era Verão!
Era uma localidade mesmo bonita: o branco cá em baixo combinava perfeitamente com um céu limpo e azul lá em cima.
Deveras, um lugar que transpirava acalmia e paz. E quanto mais caminhava, desde o comboio até à minha casa, melhor percebia isso.
Pareceu-me que tinha chegado ao local ideal para mim.

Mais ao fim do dia fui à praia.
O pôr-do-sol já começava a cair por detrás do oceano, poucas pessoas restavam na areia e mesmo essas pareciam cansadas de um dia quente.
Lá, dei com um sítio simplesmente “perfeito”. Já me imaginava lá amanhã de manhã junto daquele enorme rochedo – esperando estar só para estar à vontade.

Na minha primeira noite lá, deparei com uma festa enquanto dava o meu passeio.
Estava escondida entre os prédios, por isso só ouvia a música e via o reflexo das luzes verde e vermelho.
“... e porque não?!” – pensei.
As pequenas ruas entre os prédios estavam repletas de comerciantes, pessoas e fitas que quase nos raspavam na cabeça. Miúdos andavam de um lado para o outro na correria sem a mais pequena das preocupações. Era divertido de ver...
No meio daquela multidão apareceu-me um rosto... um rosto de uma rapariga.
Algo naquela cara me fez olhar mais e mais para ela - acho que até cheguei a parar no meio da rua a olhar. E do lado de lá veio um olhar de lado, um breve mas inspirador olhar, quase como se ela me conhecesse por dentro totalmente...
Mas logo alguém se pôs à frente, e ao irem embora, levaram o rosto daquela rapariga.
Bastaram três segundos para sentir falta de algo?!
Quando me preparava para adormecer, a luz da lua que entrava pela janela, que varria o chão até chegar aos meus olhos, iluminou-me a mente e o coração com uma pergunta e um outro desejo: “quem era ela?”; “quem me dera vê-la outra vez”.

Ela:

Este ano não me apetecia muito vir para aqui. Não tinha muita vontade de ir para a praia ou estar debaixo do calor. Ainda tinha a cabeça demasiado ocupada com um problema…
Ainda por cima tinha chegado no pico do calor: ao meio-dia!

Não fiz muito da parte da tarde, fui ter com as minhas amigas do costume e fomos à praia ver o pôr-do-sol na praia. Acabou por ser isto a tirar-me a tristeza… isso e as minhas amigas. Com elas não havia tristeza que durasse. Afinal sempre tinha mais sorte do que pensava….

Nessa mesma noite elas levaram-me para uma festa onde elas estavam a morar. Lembro-me que a minha primeira reacção foi pensar para mi próprio como é que num local tão pequeno havia muita gente a passear.
Mas o melhor era o riso dos pequenos. Não havia melhor coisa para mim do que vê-las a correr e a rir às gargalhadas. Faziam-me lembrar os meus tempos quando era criança e eu era assim.
E quando eu estava a olhar para elas vi pelo canto do olho um rapaz. Não sei o que ele tinha, mas a maneira como olhava para mim fazia-me sentir algo… especial, bom. Não fossem as minhas amigas a puxarem-me e acho que não deixava de olhar para ele.
Mesmo quando estava na janela do meu quarto, de pijama, a olhar cá para baixo a ver o resto da festa, confesso que quis continuar a olhar para ele.

Fui assim que adormeci, a pensar… com um sorriso.
Délio Melo sábado, dezembro 08, 2007

1 Comments:

Bem que grande história ainda nem comecei a ler mas vim só comentar para te dizer que só por estar a ter o trabalho de ler isto tudo devias comentar o meu blog inteiro xD Tou no gozo, vamos lá ler isto...

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