De Palavras e Sonhos

sábado, fevereiro 21, 2009

Quando duas realidades são uma só

Abri os olhos… já era de manhã. Pela primeira vez em muito tempo, não tinha que pensar em nada, nem em ninguém. E a pensar nisso continuei, durante um bocado mais, sentado na cama, apoiando-me nos joelhos, a olhar pela enorme janela do meu quarto - por onde aquela luz toda entrava.

Encostei-me nos meus joelhos e agarrando-os, deitei-lhes a minha cabeça por cima e fechei os olhos, relembrando…Lembrava-me do belo sonho que tive, aquele sonho que me fazia sentir em paz: onde existia apenas o meu chão, a luz do sol e uma brisa que chegava até mim exactamente como a queria: quente, frágil e doce… e as palavras que ela me tinha proferido, a lufada de ar que a minha alma precisava para continuar a arder – como as cinzas ainda incandescentes, eu estava pronto para sentir.

Ali estava eu… e ela… algo belo que aguardava acordar para mim, só para mim, a olhar infinitamente para mim e ver cá dentro apenas o seu reflexo, banhado pela luz do sol e por uma brisa quente, frágil… doce… como a sempre quis.

O silêncio do calmo bater do meu coração era a única coisa que ouvia…
Délio Melo sábado, fevereiro 21, 2009

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